O Alcorão Sagrado é Livro Divino, e o muçulmano que duvidar disto, deixa de ser muçulmano. Este Alcorão contém um capítulo (Sura) intitulado: Maria, onde está registrado como aconteceu a Conceição da Virgem, sua gravidez e o nascimento de Jesus.
Eis a tradução do texto do Alcorão:
“E menciona, no Livro (Alcorão), Maria, quando afastou-se de sua família para um lugar ao leste. E Nós (Deus) enviamos a ela um espírito Nosso apresentando-se a ela na forma perfeita de um humano. Maria disse a ele: “Peço a Deus, O Clemente, que me livre de ti. Espero que sejas piedoso”. Disse-lhe o anjo): “Sou enviado do Teu Senhor (Deus) para agraciar-te um menino santo”. Disse Maria: “Como poderei ter um menino, se humano algum jamais me tocou, e nunca fui impura?” Disse (o anjo) à Maria: “Assim será, disse Teu Senhor, porque Me é fácil, e faremos dele (de Jesus) um Sinal para a humanidade e Uma Graça Divina. E a questão consumou-se. (Maria) Concebeu-o e retirou-se para um lugar distante. As dores do parto levaram-na até o tronco de uma tamareira. Disse (Maria): Prefiro ter morrido antes disto, e caído no esquecimento total. E, eis que uma voz, vinda de baixo, chamou-a: Não fiques triste, porque Teu Senhor (Deus) fez correr um riacho a teus pés. Sacode o tronco da tamareira, e cairão para ti frutos maduros e frescos. Come e bebe e acalma-te. E quando encontrardes alguma pessoa, dize: “Fiz um voto de silêncio ao Clemente (Deus), e hoje não conversarei com ninguém.” E voltou à sua gente carregando-o (ao filho). Disseram a ela: “Ó Maria, tu cometeste um ato imoral. ó irmã de Aarão, teu -pai não era um homem mau, nem tua mãe uma prevaricadora”. Maria, então, apontou para o menino. Eles (perplexos) indagaram: “Como falarmos com um recém-nascido?” Ele (o bebê Jesus) falou-lhes: “Eu sou um servo de Deus, deu-me o Livro, e me fez Profeta. E fez me abençoado onde eu estiver, e recomendou-me orar e fazer caridade enquanto eu estiver vivo. E ser sempre bom filho para minha mãe, e jamais me tornar malfeitor, déspota. E (Deus) me deu paz no dia que nasci, no dia quando morrer, e no dia que eu for ressuscitado”. Assim é (a história) Jesus, Filho de Maria, o relato verdadeiro no qual ainda divergem (e duvidam). Não é cabível que Deus tenha um filho (próprio), Glorificado seja! Se (Deus) quiser algo, basta-lhe dizer: ” Sê ” para acontecer. Deus é Meu Senhor e Vosso Senhor. Adorai-O. Eis a senda reta.” Alcorão 19 .
Nestes dezoito (18) versículos da Sura de Mariam (recitação da sura)(Maria)), Deus conta toda a história de Jesus. Uma história de relato sucinto, porém extraordinariamente rica! Significativa! Convincente! Completa! Cabal!
Nós vamos agora tentar, a nosso modo – e dentro da nossa capacidade e imaginação, analisá-la e simplificá-la, sem, contudo, alterar-lhe nenhum detalhe, ou modificar-lhe qualquer aspecto.
Se nós excluirmos o fato da criação do primeiro homem, e sua modelação na sua forma atual, iremos constatar que o fenômeno do nascimento de Jesus, Filho de Maria, é talvez, o mais extraordinário que a humanidade conheceu, em toda sua história. É, portanto, um acontecimento Singular, Inigualável, Irrepetido!
A humanidade, na realidade, não testemunhou a sua própria criação. O fato mais milagroso e gigantesco de sua existência, ou seja: a criação do primeiro homem, Adão, sem pai e sem mãe.
Quis, porém, a Providência Divina, mostrar-nos o segundo fato, milagrosamente gigantesco: o nascimento de Jesus sem genitor (pai físico) para ser testemunhado pela humanidade, e para perpetuar-se no registro da vida dos homens como acontecimento ímpar e Inigualável, e servir de prova para todas as gerações.
Uma jovem, virgem e santa, de quem jamais alguém soube, senão: a pureza, a castidade e a pudicícia, e de cuja família nada se sabe, exceto: a bondade e a virtuosidade desde a Antigüidade, uma jovem nascida praticamente no Templo, em Nazaré, e criada no Templo, em Jerusalém. Essa jovem se isola, por alguma razão pessoal, e na sua solidão, certa ela de que está só… surpreende-se de modo violentíssimo! Um homem… sim, um homem, não se sabe de onde, nem como, veio até o aposento dela, um quarto fechado, isolado e chaveado, no andar superior do Templo mais sagrado e mais bem guardado e protegido… o Santuário de Jerusalém!
A jovem recorre a Deus. Pede Seu Socorro. Pede que a livre daquele estranho, estranhíssimo!
E o anjo anuncia à jovem, que veio para presenteá-la com um filho virtuoso! “Como poderei ter um filho, se jamais me tocou homem algum? Jamais pensei em imoralidade.”
Diz-lhe o anjo:
“Sou mensageiro do Teu Senhor. E Teu Senhor disse que isto (dar-te um filho sem relacionar-te com homem), é facílimo para Ele (Deus) quem diz: “Faremos dele (do menino) um Sinal para a humanidade e Uma Graça Divina.”
Assim encerrou-se o diálogo entre o “Espírito Santo” e a Virgem Maria!
A seqüência da Sura Corânica não especifica como Maria ficou grávida de Jesus, nem por quantos meses.
Mas… eis que Maria começa a sentir as dores físicas (juntamente) com as dores psicológicas, decorrentes do ultraje que terá de enfrentar diante de sua gente. Terá que enfrentar tudo… e todos: sozinha, absolutamente só!
Maria concebeu Jesus com sopro Divino! Assim disse o Sagrado Alcorão:
” Maria, filha de lmrán, era pura (casta), Nós (Deus) sopramos nela de Nosso Espírito…” Alcorão 66
Então, claro está que Deus infundiu em Maria um alento de Seu Espírito.
Maria tinha certeza de que concebera O Messias. Sua gravidez foi se acentuando. Os cochichos começaram. Tornaram-se comentários. Chegaram até Nazaré! José, o noivo de Maria, ficou deprimido, arrasado. Os outros, dele debochavam. Ficou muito triste. Porém, não acreditou que Maria pudesse cometer deslizes. Ele sabia que ela era muito religiosa, piedosa, pura e honesta. Resolveu, José, viajar de Nazaré a Jerusalém. Ao chegar e se encontrar com Maria, perguntou-lhe:
– Há alguma planta que brota sem semente?
– Sim, respondeu-lhe Maria.
– As árvores nascem sem a água da chuva? Perguntou José.
– Sim, respondeu-lhe Maria.
– Então, José foi direto:
– Pode haver gravidez sem a participação do macho?
– Maria disse a ele:
– Sim. Não sabes, José, de que Deus quando criou a primeira planta, criou-a sem semente alguma? Não sabes que a primeira árvore que Deus fez brotar, brotou sem chuva? Dirias tu, que Deus não pôde criar árvores sem recorrer à água?
– José respondeu:
– Eu não digo semelhante coisa. Digo, sim: que Deus tudo pode. Ele é o Todo-Poderoso.
– Voltou Maria a dizer-lhe:
– Tu não sabes de que Deus criou Adão e Eva sem macho nem fêmea?
– Sei, claro que sei. – Respondeu José.
– Então, Maria revelou a ele:
– José, Deus me anunciou que terei o Messias.
” Os anjos disseram: Ó Maria, Deus anuncia a ti uma Palavra (verbo) d’Ele, cujo nome é o Messias.” Alcorão 3
José, que era, um homem de muita fé, acreditava que Deus enviará o Messias aos judeus. Um Messias da descendência de Davi, e que terá por mãe Uma Virgem, e Maria descende de Davi. José compreendeu! Quando foi dormir, recebeu a visita de um anjo que lhe anunciou:
” José, o que Maria tem no ventre é de Deus. E Deus te escolheu para zelar por Seu Apóstolo. José, prosseguiu o anjo – os sacerdotes pretendem julgar Maria por estar grávida sem ser casada, e a Lei de Moisés estabelece a pena de apedrejamento para a mulher que se engravida sem estar casada. José, aconselhou o anjo leva Maria daqui e já.”
No silêncio da noite, José e Maria deixaram Jerusalém. Ao atingirem o caminho que leva a Belém, naquela noite muito fria, Maria começa a sentir as contrações do parto. Somente havia ela e José, e mais ninguém!
José, inexperiente e envergonhado, nada podia fazer para ajudar Maria.
Ela, surpreendida pelas dores do parto, encostou-se a uma tamareira, enquanto José permanecia distante. Passou pela cabeça de Maria uma idéia: que dirão dela, seus parentes, em Nazaré? Uma tristeza enorme apossou-se dela, e pensou: “Antes tivesse morrido, e caído no esquecimento.”
E o menino nasceu!
Eis que a noite fria transforma-se numa noite esplendorosa, como as noites de primavera! E veio dos céus uma Luz fantástica iluminando todo o lugar! Luz tão forte que acordou os pastores que, naquela hora, dormiam!
Ao tocar o chão, o menino recém-nascido, Jesus, O Messias, chamou a mãe e disse-lhe:
“Eis que uma voz vinda de baixo, chamou-a: Não fiques triste, porque Teu Senhor fez correr um riacho a teus pés. Sacode o tronco da tamareira, e cairão para ti frutos frescos e maduros. Come e bebe e acalma-te. Quando encontrares alguma pessoa, dize: fiz um voto de silêncio ao Clemente (Deus), e hoje não conversarei com ninguém.” Alcorão 19
Santo Deus! Um menino que acaba de nascer, chama pela mãe! Fala com a mãe, para acalmá-la, e tranqüilizar o seu coração, naquele momento duplamente difícil e doloroso para ela! Conversa com a mãe para ligá-la a Seu Deus, O Clemente, e ainda explica para a mãe como beber e alimentar-se, além de indicar-lhe como apresentar a defesa dela, o álibi!
Imaginemos o espanto e a perplexidade da sociedade nazarena, especialmente os familiares de Maria, ao verem a filha deles, aquela menina pura, virgem e solteira, que fora consagrada ao Templo, que vivia permanentemente orando, e apenas se dedicava à adoração de Deus… volta agora. . Carregando um bebê seu! Indignados… revoltados, gritam com ela:
– Teu pai não era dissoluto, nem tua mãe imoral!
Maria mantém-se calada! Nada diz. Eles insistem. Maria aponta para o bebê! Indica-lhes; para indagarem do recém-nascido sobre esse mistério. Eles, mais revoltados ainda, pois entendem que Maria está zombando deles, lhe dizem:
“Como falarmos com um recém-nascido?” Alcorão 19
Céus! Eis que outro milagre acontece! O bebê fala! O bebê dirige-lhes a palavra! E declara, como primeiro item, de que é um servo de Deus. Ele não se diz “Filho de Deus”, nem se diz “Deus”, ou “parte de Deus”. Diz, sim, que Deus o fez Profeta. E abençoou-o. E recomendou-lhe a prática permanente da oração e da caridade (Zakat), e ordenou-o tratar sempre, e sempre, com respeito e amor a mãe dele, Maria. E com humildade tratar à sua gente.
Importante: O Sagrado Alcorão, Palavra Autêntica de Deus e não de humanos, nos diz que Jesus falou, por duas vezes, no primeiro dia (ou primeiros dias) do seu nascimento. Este relato milagroso não consta em nenhuma outra Escritura Sagrada, nem mesmo no Novo Testamento, senão no Alcorão.
Prosseguindo o recém-nascido, Jesus bebê, diz à gente de Nazaré que terá, ele, uma vida limitada, com duração pré-estabelecida por Deus. E ele morrerá! E será ressuscitado. E Deus abençoou-o, com paz e segurança, no dia de seu nascimento, no dia de seu passamento e no dia em que será ressuscitado:
“Ele (o bebê Jesus) falou-lhes: Eu sou um servo de Deus, deu-me o Livro (Evangelho) e me fez Profeta. E fez-me abençoado onde eu estiver, e recomendou-me orar e fazer caridade (Zakat) enquanto eu estiver vivo. E ser sempre bom filho para minha mãe, e jamais me tornar malfeitor, déspota. E (Deus) me deu paz no dia que nasci, no dia quando eu morrer, e no dia que for ressuscitado.” Alcorão 19
O texto corânico, aqui, é claríssimo quanto à morte de Jesus e sua ressurreição, e repete-se em muitas outras passagens do Alcorão Sagrado. Não cabendo, pois, discussões, dúvidas ou quaisquer interpretações em contrário. Assim é Jesus, Filho de Maria, no contexto corânico, tocante a ele e à sua existência.
Filhos… têm-nos os mortais, para se perpetuarem! Têm-nos os fracos, para apoiarem-se! Mas Deus é Eterno, Perpétuo, e jamais desaparecerá. Deus é Todo-Poderoso, não precisa de auxílio! Diz o Alcorão:
“Assim é (a história) de Jesus, Filho de Maria, o relato verdadeiro no qual ainda divergem. Não é cabível que Deus tenha um filho (próprio). Glorificado seja! Se (Deus) quisesse algo baste-lhe dizer ” Sê “, para acontecer.” Alcorão 19