O Significado do Islam II

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30/05/2020

A palavra Islam deriva da raiz árabe “Salam” que significa paz, pureza, submissão, obediência, etc. no sentido, religioso, a palavra Islam significa “Submissão voluntária à vontade de Deus e Obediência à sua Lei” A relação entre o sentido original e o religioso da palavra é forte e evidente. Só através da submissão voluntária à vontade de Deus e da obediência à sua lei pode desfrutar-se da verdadeira paz e da pureza duradoura.

Há os não muçulmanos que chamam a nossa religião “Maometismo” e tratam os que crêem no Islam Por “Maometano”. Os muçulmanos devem rejeitar esse conceito. Se a nossa fé fosse classificada de “Maometismo” e se fossemos designados por “maometanos” tal fato nos traria implicações gravíssimas. Esse erro implicaria que a religião teria o seu nome de um mortal, que é Muhammad, e que o Islam não é mais do que um outro “esmo”, tal como Judaísmo, Hinduismo, Marxismo, etc.

Uma outra implicação incorreta de tal denominação é que os não avisados poderiam pensar que os muçulmanos, que eles tratam por maometanos, adoram Muhammad ou crêem nele da mesma maneira como os cristãos que crêem em Jesus (como filho de Deus). Uma outra implicação errônea é o fato da palavra Maometismo ser capaz de induzir em erro os incautos e dar-lhe a entender que a religião foi fundada por Muhammad e, portanto deriva o seu nome do nome do fundador. O Islam não é pura e simplesmente um outro “ismo” nem os muçulmanos adoram Muhammad ou olham para ele da mesma maneira como os cristãos, judeus, hindus, marxistas, etc., olham para os respectivos lideres.

Os muçulmanos só adoram Deus, Muhammad era só um ser mortal encarregado por Deus de divulgar a palavra de Deus e levar uma vida exemplar. Ele aparece na história como melhor modelo de um homem que vive na piedade e perfeição. É uma prova eloqüente do que pode ser um homem e do que pode realizar no reino da excelência e da virtude. O fundador original do Islam não é outro senão o próprio Deus e Muhammad (conhecido entre nós por Maomé, do galicismo “Mahomet”) foi o seu ultimo mensageiro.

O verdadeiro nome da religião é o Islam, e os seus adeptos chamam-se muçulmanos. Contrariamente às concepções populares errôneas, o Islam ou submissão á voluntária vontade de Deus, juntamente com obediência à Sua Lei, não significa de maneira nenhuma perda da liberdade individual ou rendição perante o fatalismo. Segundo a doutrina islâmica, Deus é o mais clemente e bondoso; Ele ama e preocupa-se com o bem-estar do homem, e toda a Sua sabedoria e cuidado dirigem-se às Suas criaturas. A Sua vontade é, portanto expressão da Benevolência e da Bondade, e todas as leis que Ele outorga tem que servir o interesse da humanidade.

Quando as pessoas obedecem às leis do seu país, são consideradas como bons cidadãos e membros honestos da respectiva sociedade. Nenhum individuo responsável dirá que tais pessoas perdem a sua liberdade por obedecer à Lei de Deus. Nenhum ser racional pensaria ou acreditaria um momento só que tais cidadão que respeitam as leis do seu país sejam fatalistas e fracos. Da mesma maneira, quem se submeter à vontade de Deus. Nenhum ser racional pensaria ou acreditaria um momento só tais cidadãos que respeitam as leis do seu país sejam fatalista e fracos, Da mesma maneira, quem se submeter a vontade de Deus, que é uma vontade benéfica, é uma pessoa sã e honesta. Ela ganha a proteção dos seus direitos, mostrando sinceros respeito pelos direitos dos outros e desfrutando em grande medida de uma liberdade responsável e criadora. Portanto, a submissão à vontade de Deus não elimina nem diminui a liberdade individual. Antes pelo contrario, confere um alto grau de liberdade através de numerosas medidas, Liberta a mente das superstições e enche-a de verdade. Liberta a alma do pecado e do mal e enche-a de bondade e pureza. Liberta o ser da vaidade e cobiça, da inveja e da tensão, do medo e da insegurança. Liberta o homem da subjugação por falso deuses e desejos vis, enquanto lhe abrem os encantadores horizontes da bondade e excelência.

A submissão à boa vontade de Deus, ao lado da obediência à Sua benéfica Lei, é a melhor salvaguarda da paz e harmonia. Ele dá ao homem a possibilidade de conciliar-se com os seus semelhantes, por um lado, e de conciliar a comunidade humana com Deus, por outro lado. Ela cria a harmonia entre os elementos da natureza. Tudo no mundo obedece às Leis de Deus. O mundo físico, não humano, não tem possibilidade de escolha por si só. Ele não tem nenhum caminho voluntário a seguir por sua própria iniciativa. Mas sim obedecer à Lei do Criador. Excepcionalmente, ao homem é dadas toda a inteligência e capacidade de escolha. E visto que o homem possui as qualidades de inteligência e opção, é convidado a submeter-se voluntariamente á Vontade Boa de Deus e a obedecer às Suas Leis. Se ele escolher o caminho da submissão voluntária a Lei de Deus, Fará harmonia entre ele próprio e todos os outros elementos da Natureza, que necessariamente obedecem a Deus. Ele será coerente com a Verdade e estará em harmonia com todos os outros elementos do Universo. Mas se escolher a desobediência, desviar-se-á do bom caminho e será incoerente. Alem disso, arriscará o desagrado e castigo do Legislador.

Para resumirmos esta argumentação, será útil a reprodução dum nosso artigo que apareceu no “Observer Dispach” (O, D.) de Utica, em 4 de dezembro de 1972. O Artigo refere-se às distorções e confusões que se fazem a respeito. As justaposições parciais e as repetições são justificadas pelo fato de o assunto ser muito sensível e pela necessidade de acentuação do ponto de vista Islâmico.

Uma noticia especial ( O D, Nov. 25) é alarmante Ela nos faz sentir pena pelo publico mal informado, assim como por muitos professores e homens do púlpito. É um apelo a todos os homens conscientes e de boa vontade para cumprirem com as suas obrigações morais.

Marcus Eliason salientava, ainda recentemente que, na parte Jordânia ocupada por Israel, “os muçulmanos, entre outras coisas, adoram Abraão como Ibrahim…”.Nesta época e neste dia, neste pequeno mundo nosso, é incrível ler-se preto sobre branco que “ os muçulmanos adoram Ibrahim”. É ainda mais incrível quando esta noticia vem de fonte suposta conhecedora e é destinada a um publico que tem direito, a saber. Há séculos que muitos ocidentais têm adotado e propagado a idéia de que os muçulmanos adoram Muhammad, cuja religião foi chamada Maometismo, e cujo adeptos eram conhecidos no Ocidente como “maometano”. Logo, pareceu evidente àqueles ocidentais que os muçulmanos adoram Allah “uma espécie de divindade…” E agora, eis a nova descoberta: “só muçulmanos adoram Abraão como Ibrahim…”.

A verdade é que os muçulmanos nunca adoraram Muhammad, nem qualquer outro ser humano. Eles têm sempre acreditado que Muhammad era um ser mortal, como os outros Profetas anteriores a ele, e que o supremo tributo à humanidade era um homem poder chegar ao mais alto estatuto de profecia.
Os muçulmanos crêem que muhammad foi o ultimo e não o único Profeta, que reforçou e imortalizou a eterna mensagem de Deus à humanidade. Esta mensagem foi revelada por Deus e muitos Profetas de varias nações em época diferentes, incluindo Abraão, Ismael, Isaac, David, Moisés, Jesus e Muhammad (  a paz esteja com eles). O que é ainda mais importante é que os muçulmanos crêem neles sem nenhuma discriminação.

Por causa da sua concepção universalista e da sua orientação cosmopolita, os muçulmanos lamentam tão infeliz denominação de “Maometano” e de “Maometismo” que foi dada à sua crença. As implicações são desagradáveis, e com justa razão. Os muçulmanos não se consideram como um grupo racial ou étnico com algum, monopólio exclusivo. A sua religião não deriva de algum homem ou lugar; é transcendente, eterna e universal.

O nome correto da religião é Islam e os seus adeptos deverão ser designados corretamente por “muçulmanos”. No contexto religioso, a palavra Islam significa submissão voluntária à vontade de Deus e obediência à Sua Lei. A vontade de Deus é definida pelo Alcorão como boa e clemente, e a Sua Lei como mais benéfica e eqüitativa. Qualquer ser humano que se lhe submeter e obedecer voluntariamente é, portanto um muçulmano num estado moral do Islam. É neste sentido que o Alcorão considera Abraão e todos os verdadeiros Profetas (anteriores a Muhammad) como muçulmanos e designa as suas religiões por uma única denominação, que é o Islam. Daqui resulta que, no conceito lato, o muçulmano não é exclusivamente o adepto de Muhammad: ele também segue Abraão, Moisés, Jesus e os outros Mensageiros de Deus.

Finalmente, a palavra árabe “Allah” no Islam significa simplesmente, mas com muita ênfase, o Deus Único e Eterno, Criador do Universo, Senhor de todos os senhores, Rei de todos os reis. O único pecado imperdoável, segundo o Islam, é crer noutra divindade sem ser Deus. Todas as orações são sempre feitas “em nome de Deus, Beneficente e Misericordioso”.