Surata يس
PT: SŪRATU YA-SIN[1669] (A SURA DE YA-SIN) De Makkah - 83 versículos.
(1) Ya-sín, nomes das letras árabes ي e س , correspondentes aproximadas, em português, às letras y e s. Acerca de seu significado, ver II 1 n3. E, assim, se denomina a sura, pela menção destas em seu primeiro versículo. Aqui, os temas principais são os mesmos de todas as suras reveladas em Makkah: a unicidade de Deus, a Mensagem divina e a Ressurreição, a que a sura dá grande ênfase. Inicialmente, ela ratifica o papel de Muhammad, como Mensageiro de Deus, e observa que ele segue o caminho reto, para admoestar um povo, cujos antepassados não foram admoestados. Refere-se aos negadores da Fé, que não extraem benefícios da Mensagem divina, salientando que a admoestação somente pode beneficiar os que aceitam esta Mensagem; oferece claros exemplos aos idólatras de Makkah, para denotar o conflito, surgido entre os pregadores de Deus e seus desmentidores, e patentear o destino dos malfeitores e dos benfeitores; expõe provas do poder incontestável de Deus, por meio da terra árida que se vivifica; da noite e do dia; do sol e da lua, que ficam em órbitas independentes; do barco que flutua na água; dos rebanhos a serviço dos homens; adverte, ainda, os homens do que ocorrerá no dia da Ressurreição, quando cada alma receberá a paga de seus atos: os bem-aventurados receberão o Jardim da Delícia e os mal-aventurados terão severo castigo. Quanto a estes últimos, terão as bocas seladas, pois suas mãos e pernas testemunharão todos os males por eles perpetrados. A sura fala-nos, também, da transito- riedade de tudo: do jovem que se torna ancião, do forte que se torna fraco, e insiste em que o Alcorão é a Mensagem baseada na lógica, não na imaginação hiperbólica de poetas. Consequentemente, o Profeta não é poeta, por isso deve ser respeitado como o Mensageiro da Verdade. Finalmente, a sura recorda que Deus criou o homem de tênue gota seminal, e ei-lo que se mostra, totalmente adversário de seu Criador; e, ainda, que O Criador dos céus e da terra encerra o poder de ressuscitar os mortos, uma vez que Sua Palavra faz suscitar vida: quando Ele diz a algo que seja, este algo é.
61. وَأَنِ اعْبُدُونِي هَذَا صِرَاطٌ مُسْتَقِيمٌ
PT: 61. "E que Me adorásseis? Esta é uma senda reta."
62. وَلَقَدْ أَضَلَّ مِنْكُمْ جِبِلًّا كَثِيرًا أَفَلَمْ تَكُونُوا تَعْقِلُونَ
PT: 62. "E, com efeito, ele descaminhou grande multidão de vós. Então, não razoáveis?"
63. هَذِهِ جَهَنَّمُ الَّتِي كُنْتُمْ تُوعَدُونَ
PT: 63. "Eis a Geena, que vos era prometida!
64. اصْلَوْهَا الْيَوْمَ بِمَا كُنْتُمْ تَكْفُرُونَ
PT: 64. Sofrei sua queima, hoje, porque renegáveis a Fé."
65. الْيَوْمَ نَخْتِمُ عَلَى أَفْوَاهِهِمْ وَتُكَلِّمُنَا أَيْدِيهِمْ وَتَشْهَدُ أَرْجُلُهُمْ بِمَا كَانُوا يَكْسِبُونَ
PT: 65. Nesse dia, selar-lhes-emos as bocas, e suas mãos Nos falarão, e suas pernas testemunharão o que cometiam.
66. وَلَوْ نَشَاءُ لَطَمَسْنَا عَلَى أَعْيُنِهِمْ فَاسْتَبَقُوا الصِّرَاطَ فَأَنَّى يُبْصِرُونَ
PT: 66. E, se quiséssemos, apagar-Ihes-íamos os olhos, então, precipitar-se-iam na senda; como poderiam, pois, enxergar algo?
67. وَلَوْ نَشَاءُ لَمَسَخْنَاهُمْ عَلَى مَكَانَتِهِمْ فَمَا اسْتَطَاعُوا مُضِيًّا وَلَا يَرْجِعُونَ
PT: 67. E, se quiséssemos, transfigurá-los-íamos[1692], no lugar em que estivessem: então, não poderiam ir adiante nem retornar.
(1) Deus poderia, se quisesse, transformar os idólatras em seres inertes, sem força e sem possibilidade de fazerem o que quisessem contra a religião.
68. وَمَنْ نُعَمِّرْهُ نُنَكِّسْهُ فِي الْخَلْقِ أَفَلَا يَعْقِلُونَ
PT: 68. E, a quem tornamos longevo, fá-lo-emos regredir em sua criação. Então, não razoam?[1693]
(1) A longevidade imprime profundas e incoercíveis transformações físicas e mentais no ser humano.
69. وَمَا عَلَّمْنَاهُ الشِّعْرَ وَمَا يَنْبَغِي لَهُ إِنْ هُوَ إِلَّا ذِكْرٌ وَقُرْآنٌ مُبِينٌ
PT: 69. E não Ihe[1694] ensinamos a poesia, e ela não lhe é concebível. Esse[1695] não é senão Mensagem e evidente Alcorão,
(1) Lhe: a Muhammad. (2) Esse: o Alcorão.
70. لِيُنْذِرَ مَنْ كَانَ حَيًّا وَيَحِقَّ الْقَوْلُ عَلَى الْكَافِرِينَ
PT: 70. Para que admoeste quem está vivo e para que o Dito se cumpra contra os renegadores da Fé.
71. أَوَلَمْ يَرَوْا أَنَّا خَلَقْنَا لَهُمْ مِمَّا عَمِلَتْ أَيْدِينَا أَنْعَامًا فَهُمْ لَهَا مَالِكُونَ
PT: 71. E não viram eles que, entre o que fizeram Nossas mãos, Nós lhes criamos rebanhos, então, deles são possuidores?
72. وَذَلَّلْنَاهَا لَهُمْ فَمِنْهَا رَكُوبُهُمْ وَمِنْهَا يَأْكُلُونَ
PT: 72. E os tornamos dóceis a eles; então, deles, há-os para a sua montaria, e, deles, há-os que eles comem;
73. وَلَهُمْ فِيهَا مَنَافِعُ وَمَشَارِبُ أَفَلَا يَشْكُرُونَ
PT: 73. E têm, neles, proveitos e bebidas. Então, não agradecem?
74. وَاتَّخَذُوا مِنْ دُونِ اللَّهِ آلِهَةً لَعَلَّهُمْ يُنْصَرُونَ
PT: 74. E tomam deuses, além de Allah, para serem por lhes socorridos.
75. لَا يَسْتَطِيعُونَ نَصْرَهُمْ وَهُمْ لَهُمْ جُنْدٌ مُحْضَرُونَ
PT: 75. Estes não poderão socorrê-los, e serão um exército, trazido, contra eles, no Dia do Juízo.
76. فَلَا يَحْزُنْكَ قَوْلُهُمْ إِنَّا نَعْلَمُ مَا يُسِرُّونَ وَمَا يُعْلِنُونَ
PT: 76. Então, que seu dito não te entristeça. Por certo, sabemos o de que guardam segredo e o que manifestam.[1696]
(1) Alusão às blasfêmias dirigidas pelos idólatras contra o Profeta, que qualificaram de louco, feiticeiro e falaz.
77. أَوَلَمْ يَرَ الْإِنْسَانُ أَنَّا خَلَقْنَاهُ مِنْ نُطْفَةٍ فَإِذَا هُوَ خَصِيمٌ مُبِينٌ
PT: 77. E o ser humano[1697] não viu que o criamos de gota seminal? Então, ei-lo[1698] adversário declarado!
(1) Alusão à Ubai Ibn Khalaf. Cf. XVI 4 n3.
78. وَضَرَبَ لَنَا مَثَلًا وَنَسِيَ خَلْقَهُ قَالَ مَنْ يُحْيِي الْعِظَامَ وَهِيَ رَمِيمٌ
PT: 78. E, esquecendo sua criação, propõe, para Nós, um exemplo. Diz: "Quem dará vida aos ossos enquanto resquícios?"
79. قُلْ يُحْيِيهَا الَّذِي أَنْشَأَهَا أَوَّلَ مَرَّةٍ وَهُوَ بِكُلِّ خَلْقٍ عَلِيمٌ
PT: 79. Dize: "Quem os fez surgir, da vez primeira, dar-lhes-á a vida - e Ele, de todas as criaturas, é Onisciente -
80. الَّذِي جَعَلَ لَكُمْ مِنَ الشَّجَرِ الْأَخْضَرِ نَارًا فَإِذَا أَنْتُمْ مِنْهُ تُوقِدُونَ
PT: 80. "Aquele Que vos fez fogo, das árvores verdes, então, ei-vos que, com elas, acendeis."[1699]
(1) Referência a uma árvore da Península Arábica, que produz faíscas, pelo atrito de pedaços seus, mesmo quando verdes, o que propicia o surgimento do fogo. Caso aqui, também, uma alusão ao carvão, substância combustível, de origem vegetal (madeira carbonizada).