Surata الكهف

PT: SŪRATU AL-KAHF[1082] (A SURA DA CAVERNA) De Makkah - 110 versículos.


(1) Al Kahf; a caverna. Assim se denomina esta sura, pois os versículos 9, 10, II, 16, 17 e 25 fazem menção desta palavra. Aparte principal da sura é a narração de histórias, tais como a dos Companheiros da Caverna; a dos Proprietários dos Dois Jardins; a sucinta alusão à história de Adão e IblTs; a de Moisés e o sábio Al Khidr; e, finalmente, a história de Zul Qamain. Assim sendo, esta sura é quase, totalmente, constituída de diversas narrativas, de modo que 71 dos 110 versos se compõem delas. O restante, ou são comentários acerca dessas histórias, ou menção de cenas sobre a vida eterna. Quanto ao tema essencial da sura, ao qual se prendem os vários assuntos, é a reavaliação da crença e da maneira de pensar, assim como dos valores assentados nesta crença.

61. فَلَمَّا بَلَغَا مَجْمَعَ بَيْنِهِمَا نَسِيَا حُوتَهُمَا فَاتَّخَذَ سَبِيلَهُ فِي الْبَحْرِ سَرَبًا


PT: 61. E, quando atingiram ambos a junção dos dois mares, esqueceram seu peixe e este tomou seu caminho no mar, penetrando nele.[1115]


(1) Segundo a tradição islâmica, este episódio ocorreu, quando Moisés, certo dia, ao falar aos filhos de Israel, e ser indagado sobre quem era mais sábio, no mundo respondeu ser ele próprio. Deus, então, censurou-o por não havê-Lo mencionado, e fê-lo saber, em seguida, que havia um homem mais sábio ainda e que poderia ser encontrado na confluência dos dois mares, e, para isso, era necessário que Moisés levasse consigo um peixe, numa cesta, e, onde o perdesse, lá estaria o sábio. E assim foi.

62. فَلَمَّا جَاوَزَا قَالَ لِفَتَاهُ آتِنَا غَدَاءَنَا لَقَدْ لَقِينَا مِنْ سَفَرِنَا هَذَا نَصَبًا


PT: 62. E, quando atravessaram ambos esse lugar, ele disse a seu jovem servo: "Traze-nos o almoço; com efeito, deparamos fadiga, nesta nossa viagem"

63. قَالَ أَرَأَيْتَ إِذْ أَوَيْنَا إِلَى الصَّخْرَةِ فَإِنِّي نَسِيتُ الْحُوتَ وَمَا أَنْسَانِيهُ إِلَّا الشَّيْطَانُ أَنْ أَذْكُرَهُ وَاتَّخَذَ سَبِيلَهُ فِي الْبَحْرِ عَجَبًا


PT: 63. O jovem servo disse: "Viste, quando nos abrigamos no rochedo? Então, por certo, esqueci o peixe, e não me fez esquecê-lo senão Satã. E ele tomou seu caminho no mar. Que admirável!"

64. قَالَ ذَلِكَ مَا كُنَّا نَبْغِ فَارْتَدَّا عَلَى آثَارِهِمَا قَصَصًا


PT: 64. Moisés disse: "Isso é o que buscávamos." Então, ambos voltaram, seguindo suas próprias pegadas.

65. فَوَجَدَا عَبْدًا مِنْ عِبَادِنَا آتَيْنَاهُ رَحْمَةً مِنْ عِنْدِنَا وَعَلَّمْنَاهُ مِنْ لَدُنَّا عِلْمًا


PT: 65. E encontraram um de Nossos servos[1116] ao qual concedêramos misericórdia vinda de nós, e ensináramo-lhe ciência, de Nossa parte.[1117]


(1) AI Khidr, conforme atesta a tradição. (2) Segundo alguns exegetas, Deus concedera-lhe o dom da profecia.

66. قَالَ لَهُ مُوسَى هَلْ أَتَّبِعُكَ عَلَى أَنْ تُعَلِّمَنِ مِمَّا عُلِّمْتَ رُشْدًا


PT: 66. Moisés disse-lhe: "Posso seguir-te, com a condição de que me ensines algo do que te foi ensinado de retidão?"

67. قَالَ إِنَّكَ لَنْ تَسْتَطِيعَ مَعِيَ صَبْرًا


PT: 67. O Outro disse: Por certo, não poderás ter paciência comigo."

68. وَكَيْفَ تَصْبِرُ عَلَى مَا لَمْ تُحِطْ بِهِ خُبْرًا


PT: 68. "E como pacientar, acerca do que não abarcas em ciência?"

69. قَالَ سَتَجِدُنِي إِنْ شَاءَ اللَّهُ صَابِرًا وَلَا أَعْصِي لَكَ أَمْرًا


PT: 69. Moisés disse: "Encontrar-me-ás paciente, se Allah quiser, e não te desobedecerei ordem alguma"

70. قَالَ فَإِنِ اتَّبَعْتَنِي فَلَا تَسْأَلْنِي عَنْ شَيْءٍ حَتَّى أُحْدِثَ لَكَ مِنْهُ ذِكْرًا


PT: 70. O outro disse: "Então, se me seguires, não me perguntes por cousa alguma, até que te faça menção desta cousa"

71. فَانْطَلَقَا حَتَّى إِذَا رَكِبَا فِي السَّفِينَةِ خَرَقَهَا قَالَ أَخَرَقْتَهَا لِتُغْرِقَ أَهْلَهَا لَقَدْ جِئْتَ شَيْئًا إِمْرًا


PT: 71. Então, ambos foram adiante, até que, quando embarcaram na nau, ele[1118] a furou. Moisés disse: "Furaste-a, para afogar seus ocupantes. Com efeito, fizeste algo nefando!"


(1) Ele; AI Khidr, que retirou, com um machado, uma ou duas tábuas da embarcação.

72. قَالَ أَلَمْ أَقُلْ إِنَّكَ لَنْ تَسْتَطِيعَ مَعِيَ صَبْرًا


PT: 72. O Outro disse: "Não te disse que, por certo, não poderias ter paciência comigo?"

73. قَالَ لَا تُؤَاخِذْنِي بِمَا نَسِيتُ وَلَا تُرْهِقْنِي مِنْ أَمْرِي عُسْرًا


PT: 73. Moisés disse: "Não me culpes pelo que esqueci, e não me imponhas dificuldade, acima de minha condição"

74. فَانْطَلَقَا حَتَّى إِذَا لَقِيَا غُلَامًا فَقَتَلَهُ قَالَ أَقَتَلْتَ نَفْسًا زَكِيَّةً بِغَيْرِ نَفْسٍ لَقَدْ جِئْتَ شَيْئًا نُكْرًا


PT: 74. Então, ambos foram adiante, até que, quando depararam um jovem, então, ele[1119] o matou, disse Moisés; "Mataste uma pessoa inocente, sem que ela haja matado outra? Com efeito, fizeste algo terrível!"


(1) Ele: Al Khidr.

75. قَالَ أَلَمْ أَقُلْ لَكَ إِنَّكَ لَنْ تَسْتَطِيعَ مَعِيَ صَبْرًا


PT: 75. O outro disse: "Não te disse, a ti que, por certo, não poderias ter paciência comigo?"

76. قَالَ إِنْ سَأَلْتُكَ عَنْ شَيْءٍ بَعْدَهَا فَلَا تُصَاحِبْنِي قَدْ بَلَغْتَ مِنْ لَدُنِّي عُذْرًا


PT: 76. Moisés disse: "Se, depois disso, te perguntar por algo, não me acompanhes mais! Com efeito, conseguiste de minha parte uma desculpa."

77. فَانْطَلَقَا حَتَّى إِذَا أَتَيَا أَهْلَ قَرْيَةٍ اسْتَطْعَمَا أَهْلَهَا فَأَبَوْا أَنْ يُضَيِّفُوهُمَا فَوَجَدَا فِيهَا جِدَارًا يُرِيدُ أَنْ يَنْقَضَّ فَأَقَامَهُ قَالَ لَوْ شِئْتَ لَاتَّخَذْتَ عَلَيْهِ أَجْرًا


PT: 77. Então, ambos foram adiante, até que, quando chegaram aos moradores de uma cidade, pediram a seus habitantes alimento, e estes recusaram-se a hospedá-los. Então, aí, encontraram ambos um muro prestes a desmoronar-se, e ele[1120] o aprumou. Moisés disse: "Se quisesses, receberias prêmio por isso."


(1) Ele: Al Khidr.

78. قَالَ هَذَا فِرَاقُ بَيْنِي وَبَيْنِكَ سَأُنَبِّئُكَ بِتَأْوِيلِ مَا لَمْ تَسْتَطِعْ عَلَيْهِ صَبْرًا


PT: 78. O outro disse: "Esta é a hora da separação entre mim e ti. Informar-te-ei da interpretação daquilo, com que não pudeste ter paciência."

79. أَمَّا السَّفِينَةُ فَكَانَتْ لِمَسَاكِينَ يَعْمَلُونَ فِي الْبَحْرِ فَأَرَدْتُ أَنْ أَعِيبَهَا وَكَانَ وَرَاءَهُمْ مَلِكٌ يَأْخُذُ كُلَّ سَفِينَةٍ غَصْبًا


PT: 79. "Quanto à nau, pertencia ela a pobres, que trabalhavam no mar. Então, desejei danificá-la, pois adiante deles, havia um rei, que tomava, por usurpação, toda nau não danificada."

80. وَأَمَّا الْغُلَامُ فَكَانَ أَبَوَاهُ مُؤْمِنَيْنِ فَخَشِينَا أَنْ يُرْهِقَهُمَا طُغْيَانًا وَكُفْرًا


PT: 80. "E, quanto ao jovem, seus pais eram crentes, e receávamos que ele os induzisse à transgressão e à renegação da Fé."