PT: SŪRATU AZ-ZUKHRUF[1862]
(A SURA DO ORNAMENTO)
De Makkah - 89 versículos.
(1) Az-Zukhruf: este substantivo, que significa, basicamente, o ornamento ou o ouro, também, encerra o sentido de mobília que ornamenta a casa, ou o de floreios do estilo. A palavra, que aparece no versículo 35, vai denominar a sura. Por ser revelada em Makkah, ela trata dos mesmos temas concernentes à unicidade de Deus à Mensagem divina, à Ressurreição. Após a exaltação inicial do valor do Alcorão, a sura discorre sobre a atitude dos povos que desmentiram os mensageiros de Deus, escarnecendo deles. Segue, exemplificando o poder soberano de Deus com vários sinais, encontrados na natureza. Apesar disso, os idólatras de Makkah, persistindo em suas práticas politeístas, adoram ídolos junto de Deus, e, por abominarem as filhas mulheres, que consideravam inúteis na guerra, na defesa da tribo e no diálogo, atribuem-nas a Deus. A seguir, relata a história de Abraão com seu pai e seu povo; torna a mencionar os idólatras de Makkah e sua estupefação diante de que o Alcorão não haja sido revelado a um dos próceres da comunidade em que vivem. A sura traz, também, a história de Moisés e Faraó, e o nefasto fim deste último. Jesus, filho de Maria, é aludido como um servo agraciado por Deus. E, após advertir os incrédulos do tormento do Derradeiro Dia, alvissara aos crentes as magnificentes recompensas, nesse Dia. Finalmente, ressalva que Deus é O Soberano Absoluto, nos céus e na terra, e que os idólatras devem merecer o indulto do Profeta.
PT: 46. E, com efeito, enviamos Moisés, com Nossos sinais, a Faraó e a seus dignitários. Então, disse: "Por certo, sou Mensageiro do Senhor dos mundos."
ES: Envié a Moisés con Mis signos ante el Faraón y su nobleza, y les dijo: "Soy un Mensajero del Señor del universo".
PT: 48. E não os fizemos ver sinal algum, sem que fosse maior que seu precedente. E apanhamo-los com o castigo, para retornarem.
ES: Siempre que les mostraba un Signo, era mayor [y más evidente] que el anterior, [pero como siempre los desmentían] los azoté con el castigo [de las plagas] para que se arrepintieran.
PT: 49. E disseram; "Ó Mágico! Suplica, por nós, a teu Senhor, pelo[1880] que Ele te recomendou. Por certo, seremos guiados."
(1) Pelo: por aquilo, ou seja, pela anulação do castigo, caso os descrentes se voltassem para a fé mosaica.
ES: Entonces le dijeron [a Moisés]: "¡Hechicero! Invoca a tu Señor por lo que te ha prometido, [para que nos libere de este tormento y] así seguiremos la guía".
PT: 51. E Faraó clamou a seu povo. Disse: "Ó meu povo! Não é minha a soberania do Egito e estes rios[1882] que correm a meus pés? Então, não o enxergais?"
(1) Ou seja, os afluentes do Nilo, que corriam abaixo do palácio de Faraó.
ES: El Faraón convocó a su pueblo{[830]} diciendo: "¡Oh, pueblo mío! ¿Acaso no me pertenece el reino de Egipto, con estos ríos que corren bajo mi palacio? ¿Acaso no ven [mi poderío]?
{[830]}Porque tenía temor de que creyeran en Moisés.
PT: 52. "Não sou eu melhor que este, que é mísero e quase não pode expressar-se."[1883]
(1) Cf. XX 27 n3.
ES: Yo soy mejor que ese,{[831]} que es una persona indigna y apenas puede expresarse.{[832]}
{[831]}Moisés. <br />{[832]}Existen dos posibilidades sobre esta expresión. La primera es que Moisés sufría algún grado de tartamudez crónica, y la segunda es que, como era muy tímido y sufría pánico al hablar en público, esto le causaba tartamudez solo en esas ocasiones. Ver Corán 20:27.
PT: 53. "Que sobre ele houvesse lançado bracelete de ouro, ou com ele houvessem chegado os anjos acompanhantes!"[1884]
(1) O não estar Moisés ornado com braceletes de ouro ,insígnias da realeza ,significava que ele, aos olhos de Faraó, não era um soberano, e, portanto, não merecia ser acatado.
ES: ¿Por qué [si es veraz como pretende] no le fueron concedidos brazaletes de oro, o se presentaron ángeles que lo acompañen [y confirmen sus palabras]?"
PT: 57. E, quando o filho de Maria é citado como exemplo, eis teu povo fazendo dele larido de alegria.[1885]
(1) Quando o versículo 98 da sura XXI foi, assim, revelado: "Por certo, vós e o que adorais, além de Deus, sereis a acendalha da Geena...", os idólatras de Makkah, consternados com o ataque, desferido pelo Alcorão, à idolatria, modificaram, ligeiramente, as palavras do versículo, para confundirem o Profeta Muhammad. Em lugar de lerem, aí, "o que adorais", liam "quem adorais" e , neste caso, como argumentou Abdullah Ibn Az-Zibara, um dos idólatras de Makkah, se o Profeta venerava a Jesus e a Maria, sua mãe, que, por sua vez, eram adorados pelos cristãos, significava que eles também eram ídolos e iriam ser, conforme o versículo, a acendalha da Geena. Dessa forma, continuou Az-Zibara, ele e os demais idólatras não se importariam de estar no Fogo, pois estariam ao lado do Profeta Jesus e de sua mãe e dos anjos, que muitos outros adoravam. A capciosa observação de Az-Zibara, em defesa da idolatria, levou a aglomeração de idólatras a aplaudi-lo estrepitosamente. Para deter o alvoroço, foi revelado o versículo 101 da sura XXI, que esclarece o equívoco, dizendo: "Por certo, aqueles, aos quais foi antecipada, por Nós, a mais bela recompensa, esses serão dela (da Geena) afastados", o que vale dizer que Jesus e Maria e os anjos não estão incluídos entre os condenados ao Fogo.
ES: Cuando se mencionó el ejemplo del hijo de María [Jesús], tu pueblo clamó indignado.{[833]}
{[833]}Argumentando que Jesús era adorado, igual que sus ídolos.