SŪRATU GHAFIR[1783]
(A SURA DO PERDOADOR)
De Makkah - 85 versículos.
PT: SŪRATU GHAFIR[1783]
(A SURA DO PERDOADOR)
De Makkah - 85 versículos.
(1) Ghafir: particípio presente adjetivado de ghafara, perdoar. Ghafir, perdoador, é usado, aqui, como epíteto de Deus, e esta palavra, mencionada no versículo 3, vai denominar a sura, cujo tema fundamental é o confronto entre a verdade e a falsidade, a crença e a descrença. Aponta o vão ensoberbecimento do homem, no mundo, e suas trágicas conseqüências. A sura inicia-se pela demonstração do valor do Alcorão como revelação de Deus Onipotente; depois, convoca a humanidade a crer na unicidade de Deus e a não iludir-se com a falsa prosperidade dos incrédulos; refere-se aos anjos transportadores do Trono e à súplica que dirigem a Deus, para que perdoe os crentes. Em inúmeras passagens desta sura, há referências aos sinais de Deus, a Seus infinitos poderes, que levam o homem a crer na unicidade divina. Aqui, como em outras várias suras, novamente a história de Moisés e seu povo, e o importante papel, desempenhado por um homem piedoso, do povo de Faraó, que ocultou sua crença, com o fito de levar seu povo a seguir a religião mosaica. Finalmente, a sura salienta as fases da criação do homem, e algumas cenas escatológicas. E o homem é exortado a percorrer a terra, para tomar conhecimento do que ocorreu aos povos anteriores, arrasados por haverem negado as mensagens proféticas das Verdades Divinas.
PT: 21. E não caminharam na terra, para olhar como foi o fim dos que foram antes deles? Aqueles foram mais veementes que estes, em força e em vestígios deixados na terra[1795]; então, Allah apanhou-os, por seus delitos, e não tiveram, contra o castigo de Allah, protetor.
(1) Alusão às edificações, que atestam a existência de um povo poderoso, o qual, no entanto, por sua desgraça, fora exterminado, de nada lhes valendo tanta força e poder.
PT: 22. Isso, porque lhes chegavam os Mensageiros com as evidências, e renegaram a Fé; então, Allah apanhou-os. Por certo, Ele é Forte, Veemente na punição.
PT: 25. E, quando a verdade lhes chegou, de Nossa parte, disseram: "Matai os filhos dos que, crêem, com ele, e deixai-lhes vivas as mulheres.[1796]" E a insídia dos renegadores da Fé não está senão em descaminho.
(1) Trata-se do segundo puericídio, ordenado por Faraó; o primeiro foi anterior ao nascimento de Moisés.
PT: 26. E Faraó disse: "Deixai-me matar Moisés, e que ele invoque a seu Senhor. Por certo, temo que ele troque vossa religião, ou que faça aparecer, na terra, a corrupção."
PT: 28. E um homem crente[1797], da família de Faraó, o qual ocultava sua fé, disse: "Vós matais um homem, porque disse: 'Meu Senhor é Allah', enquanto, com efeito, vos chegou com as evidências de vosso Senhor? E, se ele é mentiroso, em seu prejuízo será sua mentira. E, se é verídico, alcançar-vos-á algo do que ele vos promete. Por certo, Allah não guia quem é entregue a excessos, mentiroso!"
(1) Referência ao homem egípcio, aparentado de Faraó, o qual aderiu, em segredo, à religião de Moisés.
PT: 29. "Ó meu povo! Hoje, de vós é a soberania, em sendo vós vitoriosos na terra; então, quem nos socorrerá do suplício de Allah, se este nos chega?" Faraó disse[1798]: "Não vos faço ver senão o que vejo e não vos guio senão ao caminho da retidão."
(1)Ou seja. Faraó ordena a seu povo que não faça nada que ele não veja ser importante fazer, e o que importa é matar Moisés.
PT: 33. Um dia, em que voltareis as costas, fugindo; não tereis defensor algum contra o castigo de Allah. E aquele, a quem Allah descaminha, não terá guia algum."
PT: 34. "E, com efeito, antes, José[1800] chegou-vos, com as evidências, e não cessastes de estar em dúvida acerca daquilo com que ele vos chegou, até que, quando morreu, dissestes: 'Allah não enviará, depois dele. Mensageiro algum.' Assim, Allah descaminha a quem é entregue a excessos, duvidador"
(1) Trata-se de José, filho de Jacó, segundo alguns exegetas.
PT: 35. Os que discutem acerca dos sinais de Allah, sem que comprovação alguma lhes haja chegado, grave é isso, em sendo abominação perante Allah e perante os que crêem! Assim, Allah sela o coração de todo assoberbado, tirano.
PT: 37. "Os meios de acesso aos céus; então, poderei avistar O Deus de Moisés, e, por certo, penso que ele[1802] é mentiroso." E, assim, para Faraó, foi aformoseado o mal de seu ato, e ele foi afastado do caminho reto. E a insídia de Faraó não foi senão em vão.
PT: 40. "Quem faz um mal não será recompensado senão com seu equivalente. E quem faz um bem, seja varão ou varoa, enquanto crente, esses entrarão no Paraíso; nele, dar-se-lhes-á sustento, sem conta."