SŪRATU AL-ʻIMRĀN[226]
(A SURA DA FAMÍLIA DE IMRĀN)
De Al Madīna - 200 versículos.
PT: SŪRATU AL-ʻIMRĀN[226]
(A SURA DA FAMÍLIA DE IMRĀN)
De Al Madīna - 200 versículos.
(1) Al-Imran: Nome composto de Āl, oriundo de 'Ahl, família; e Imran, nome do pai de Maria, mãe de Jesus, embora alguns intérpretes, erroneamente, afirmem tratar-se do pai de Moisés. Assim se denomina a sura, pela menção desta palavra no versículo 33. Seu escopo precípuo é estabelecer a verdade sobre a idéia de Deus e combater a pretensa ilusão do homem de crer-se auto-suficiente por seus bens materiais e seus filhos, dispensando, assim, a orientação divina. A sura apresenta provas evidentes da soberania absoluta de Deus, em todo o Universo, e traz referências minuciosas, aliás, da família de Maria, de seu nascimento e do milagroso nascimento de seu filho Jesus. Volta a falar dos filhos de Israel, assim como dos cristãos, apontando-Ihes as reações diante do Islão. Encerra ensinamentos dogmáticos e éticos, indicando a conduta correta dos combatentes, em tempo de guerra, seja da vitória, seja na derrota. Enfatiza, vigorosamente, a recompensa dos mártires, homens ou mulheres. Por fim, atenta, de novo, para o poder absoluto de Deus, na criação dos céus e da terra e de quanto neles existe, e prega a paciência, a perseverança e a piedade, como o único meio de o homem obter a bem-aventurança.
PT: 61. E a quem argumentar contigo, sobre ele[257] depois do que te chegou da ciência, dize: "Vinde, nós convocaremos nossos filhos e vossos filhos, e nossas mulheres e vossas mulheres, e a nós mesmos e a vós mesmos; em seguida, imprecaremos e faremos ser a maldição de Allah sobre os mentirosos."
PT: 64. Dize:"Ó seguidores do Livro[258]! Vinde a uma palavra igual entre nós e vós: não adoremos senão a Allah, e nada Lhe associemos e não tomemos uns aos outros por senhores, além de Allah." E, se voltarem as costas, dizei: "Testemumhai que somos moslimes."
(1) Seguidores do Livro: os judeus e os cristãos, que seguem respectivamente, a Tora e o Evangelho.
PT: 65. Ó seguidores do Livro! Por que argumentais, sobre Abraão, enquanto a Tora e o Evangelho não foram descidos senão depois dele? Então, não razoais?[259]
(1) Este versículo foi revelado para esclarecer, de vez, os judeus e os cristãos sobre a verdadeira religião de Abraão, a qual não era o Judaísmo, nem o Cristianismo, pois, a Tora e o Evangelho foram revelados, posteriormente, a ele
PT: 66. Ei-vos que argumentais sobre aquilo[260] de que tendes ciência. Então, por que argumentais, sobre aquilo[261] de que não tendes ciência? E Allah sabe, e vós não sabeis.
(1)Aquilo; sobre a religião de Moisés e Jesus. (2)Aquilo: sobre a religião de Abraão. Cf III 65 n4.
PT: 68. Por certo, os homens mais dignos de serem achegados a Abraão são os que o seguiram, e este Profeta[263] e os que crêem. E Allah é O Protetor dos crentes.
PT: 71. Ó seguidores do Livro! Por que confundis o verdadeiro com o falso, e ocultais a verdade[264], enquanto sabeis?
(1)Quer dizer, ocultar a vinda de Muhammad, como profeta, à Península Arábica, mencionada na Tora, mas eliminada, intencionalmente, pelos sacerdotes judaicos.
PT: 72. E uma facção dos seguidores do Livro disse: "Crede no que foi descido sobre os que crêem, no inicio do dia, e renegai-o, no fim dele, na esperança de eles retornarem.[265]
(1) Referência aos primeiros moslimes que os judeus queriam ver renegando o Islamismo, assim como eles próprios o fizeram. E, por se considerarem letrados e dignos de grande autoridade, acreditavam que os moslimes deveriam seguí-los, ou seja, abandonar o Islão, após abraçá-lo.
PT: 73. "E não confieis a ninguém[266], exceto a quem segue vossa religião" - dize, Muhammad: 'Por certo, a Verdadeira Orientação é a Orientação de Allah' - "que a outrem foi concedido algo semelhante ao que vos fora concedido, ou que eles[267] podem argumentar convosco, sobre isso, perante vosso Senhor." Dize: "Por certo, o favor está na mão de Allah: concede-o a quem quer. E Allah é Munificente, Onisciente."
(1) Oração subordinada objetiva direta de "não confieis a ninguém". Os judeus recomendam que se não comente com os não judeus que não apenas outra nação pode receber a revelação divina – como eles próprios receberam - mas pode fazer prevalecer sua religião sobre o judaísmo. (2) EIes; Os moslimes.
PT: 75. E, dentre os seguidores do Livro[268] há quem, se lhe confiares um quintal de ouro, restituir-to-á, e dentre eles, há quem se lhe confiares um dinar[269], não to restituirá, a menos que permaneças ao pé dele. Isso, porque dizem: "Não há repreensão alguma contra nós, no que concerne aos iletrados[270]." E dizem mentiras acerca de Allah, enquanto sabem!
(1)Aqui, referência aos judeus. (2) Dinar - do latim dinarium, através do grego bizantino denarion e do árabe-persa dinar. Antiga unidade de peso árabe; antiga moeda de ouro, cunhada pelos árabes.(3) Denominação dada aos árabes por não possuírem livro algum. De acordo com o preceito bíblico, os judeus estariam isentos de culpa, se praticassem a usura com outros, e não com seus semelhantes.
PT: 77. Por certo, os que vendem o pacto de Allah e seus juramentos por ínfimo preço, esses não terão quinhão algum na Derradeira Vida, nem lhes falará Allah, nem os olhará no Dia da Ressurreição, nem os dignificará; e terão doloroso castigo.
PT: 78. E por certo, há dentre eles um grupo que deturpa, com as próprias línguas, o Livro[271] a fim de que vós o suponhais do Livro, enquanto não é do Livro. E dizem que isso vem de Allah, enquanto não vem de Allah. E dizem mentiras acerca de Allah, enquanto sabem!
PT: 79. Não é admissível que um ser humano, a quem Allah concedeu o Livro e a sabedoria e a profecia diga, em seguida, aos homens: "Sede meus adoradores, em vez de Allah", mas que diga: "Sede mestres devotos, por haverdes ensinado o Livro, e o haverdes estudado."
PT: 80. E também não é admissível que ele vos ordene tomar os anjos e os profetas por senhores. Ordenar-vos-ia a renegação da Fé, após vos haverdes tornado moslimes?