SŪRATU AL-FURQĀN[1359]
(A SURA DO CRITÉRIO)
De Makkah - 77 versículos.
PT: SŪRATU AL-FURQĀN[1359]
(A SURA DO CRITÉRIO)
De Makkah - 77 versículos.
(1) Al Furqān: infinitivo substantivado do verbo faraqa, separar ou distinguir. No Alcorão, essa palavra engloba várias acepções, tais como: o critério de distinção entre o bem e o mal, a vitória e o Livro divino (a Tora ou o Evangelho ou o Alcorão), uma vez que estes constituem um critério de distinção entre o bem e o mal. entre a verdade e a falsidade (cf II 53 n39). Esta sura deve seu nome à menção da palavra furqân, no primeiro versículo. Ela é, basicamente, uma apologia do Alcorão, a qual exalça a Mensagem de Deus, a Quem pertencem os céus e a terra e Que não tem semelhante algum. Não obstante isso, os idólatras apegam-se a ídolos, desmentem o Alcorão e negam a veracidade da mensagem do Profeta, mediante o argumento de que Muhammad é homem igual a todos e se alimenta e vive como os demais, sem qualquer característica que o aproxime dos anjos. Objetam, ainda, que o Alcorão não foi revelado de uma só vez, e sim por partes. Mas respostas a todas estas objeções vão surgindo, por meio de histórias dos primitivos profetas e seus seguidores, pondo em realce que os idólatras seguem seus caprichos e, com sua maneira de pensar e agir, tornam-se tais quais rebanhos irracionais, ou pior ainda. Por essa razão, no Dia do Juízo, receberão a severa e merecida recompensa. A seguir, nesta sura, os sinais do Universo apresentam-se para dimensionar o poder divino. Finalmente, há alusão aos crentes, que receberão as melhores recompensas. Por tudo isso, e pelas alvíssaras, esta sura veio a representar um bálsamo para o Profeta, quando de sua defrontação com os Quraich, arrogantes, descrentes, agressivos e infensos à religião que pregava. Em momento algum, o Profeta, diante de tamanha hostilidade, esmoreceu sua pregação ou negligenciou as verdades da revelação divina.
PT: 21. E os que não esperam Nosso encontro dizem: "Que se faça descer os anjos sobre nós, ou que vejamos a nosso Senhor!" Com efeito, eles se ensoberbecem, em seu âmago, e cometem, desmesuradamente, grande arrogância.
PT: 22. Um dia, quando eles virem os anjos, nesse dia, não haverá alvíssaras para os criminosos, e os anjos dirão: "É, terminantemente vedado[1370] ir para o Paraíso."
(1) É terminantemente vedado: traduz a expressão árabe hijran mahjuran. que os árabes repetiam, quando um deles se encontrava com temido inimigo, durante os meses sagrados. Sendo assim, o inimigo ficava impossibilitado de fazer-Ihe mal, já que era vedada a vingança, nessa época. No Dia do Juízo, os anjos responsáveis pelo castigo repetiram estas palavras para fazer saber aos renegadores da Fé a impossibilidade de se salvar do castigo.
PT: 32. E os que renegam a Fé dizem: "Que houvesse descido sobre ele o Alcorão, de uma só vez!" Fragmentamo-lo assim, para com ele, te tornarmos firme o coração. E fizemo-lo ser recitado paulatinamente.
PT: 37. E ao povo de Noé, quando desmentiu os Mensageiros, afogamo-lo e fizemo-lo um sinal para os humanos. E preparamos para os injustos doloroso castigo.
PT: 38. E menciona o povo de Ãd e Thamud e o povo de Rass[1374] (um lugar) e muitas gerações entre esses.
(1) Ar-Rass; o poço, a escavação, o sepultamento. Esta palavra admite inúmeras acepções, entre as quais a de uma aldeia de nome Yamãmah, cujos habitantes desmentiram seu profeta e o enterraram vivo, num poço, até que morreu. Outra acepção se liga à trincheira, citada no capitulo LXXXV do Alcorão. Uma terceira prende-se à região que vai desde Najrãn, na Península Arábica, até o Hadramaut, no Yêmen.
PT: 40. E, com efeito, eles[1375] passaram pela cidade, sobre a qual se fez chover a chuva do mal[1376]. Então, não a viram? Mas eles não esperam Ressurreição alguma.
(1) Eles: os idólatras de Makkah. (2) Trata-se da chuva de pedras ígneas, caída sobre Sodoma e Gomorra.