Dr. Ragueb El Serjani
Tradução: Sh Ahmad Mazloum
A educação moral é considerada a cerca protetora da civilização islâmica e é a base sobre a qual foi construída. Os princípios dos valores e da educação se envolvem em todas as organizações da vida e nas suas variadas atividades, seja na conduta pessoal, ou na conduta social, política ou econômica. O mensageiro do Islam (a paz esteja com ele) foi enviado para completar a boa conduta e para aperfeiçoá-la. Ele disse: “Fui enviado tão somente para aperfeiçoar as nobres condutas”[1]. Com estas palavras o mensageiro (a paz esteja com ele) definiu o objetivo de seu envio e como ele pretende aperfeiçoar as condutas nobres dentro de sua nação e entre todas as pessoas, e quer que a humanidade se relacione com a lei da boa conduta, acima da qual não existe lei alguma.
No governo, na ciência, na legislação, na guerra, na paz, na economia, na família... os princípios morais foram levados em consideração na civilização islâmica, seja na legislação seja na prática, e alcançou alta e distante posição, que não foi alcançada por nenhuma civilização nem antigamente nem atualmente. A civilização islâmica deixou marcas neste assunto que merecem admiração e que a fazem dela a única, entre as civilizações, que garantiu a felicidade da humanidade, uma felicidade pura sem nenhuma mancha de infelicidade[2].
A fonte da ética na civilização islâmica
O mais importante neste assunto é o fato de somente a revelação ser a fonte da educação moral na civilização islâmica. Por isso, ela possui valores fixos e ideais altivos que servem a todo ser humano, seja qual for sua nacionalidade, sua época, seu lugar e seu tipo. Ao contrário da moralidade teórica, onde a fonte é a mente humana limitada ou aquilo nos qual as pessoas entram em acordo na sociedade, denominado “costume”, por isso a educação e a moral aqui mudam de acordo com a sociedade e de acordo com o pensador.
Também, a fonte de obrigatoriedade na ética islâmica é apenas o sentimento do ser humano que Allah o policia, e na moralidade teórica a fonte de obrigatoriedade é apenas a consciência, ou o sentimento de obrigação, ou as leis que obrigam. Esta gradação moral é considerada um selo de segurança que garante a continuação da civilização e sua permanência, e ao mesmo tempo impede a os seus desvios e seu tropeço.
A humanidade na civilização islâmica
O aspecto humano é um dos mais destacados aspectos da civilização islâmica, ou seja, o ser humano é a pedra angular desta humanidade, é a sua base sob a qual se oculta a preservação da nobreza e dos interesses dele, sendo considerado o sucessor encarregado de construir a vida e produzir a civilização. Por isso, foi mencionada repetidamente no Alcorão Sagrado a confirmação da honra e do privilégio do ser humano. Disse Allah, o Altíssimo: “E com efeito, honramos os filhos de Adão e levamo-los por terra e mar e demo-lhes por sustento das cousas benignas, e preferimo-los, nitidamente, a muitos dos que criamos” (Al Issrá: 70). 
Allah concedeu a nobreza a todos os humanos por igual, isso porque a essência do ser humano é uma só desde a sua criação, e as várias diferenças entre os humanos não mudam em nada a sua essência, todas as pessoas foram criadas de uma só fonte. Esta nobreza que Allah deu ao ser humano exclusivamente, entre todos os seres, tem dimensões variadas: é uma proteção divina para o ser humano que envolve o respeito de sua mente, sua liberdade e sua vontade, envolve também o seu direito a segurança em sua pessoa, sua posse e sua descendência.
Conclusão
Com estas particularidades, a civilização islâmica torna-se dona de características peculiares, ela é universal, baseia-se na unicidade absoluta a Allah, o Senhor do Universo, é marcada pela moderação e equilíbrio assim como é marcada pela gradação moral. Dessa maneira, ela não é uma civilização nacional, nem racial e nem é contra a natureza humana.
Estas características exclusivas da civilização islâmica adquirem o caráter de permanência e continuação dos princípios da religião islâmica, porque nascem dela, e são unidos a ela. Assim, essas características são como uma jóia valiosa que não muda e não se altera, mesmo que as situações mudem e mesmo que ocorram novidades.
[1] Relatado por Al Hakim, da narração de Abu Hurairah (4221) e Al Baihaqi em Al Sunan Al Kubra (20571). Veja: Al Silsilah Al Sahihah (45).
[2] Mustafa Al Sibaí: Das Maravilhas de Nossa Civilização, p. 37.