Viemos aqui novamente para cumprir o Umrah, e eu lembro-me das maravilhas de Zamzam. Deixe-me retornar para onde tudo começou. Em 1971, um Doutor Egípcio escreveu uma carta para a imprensa européia dizendo que a água de Zamzam não era apropriada para ser bebida.
Imediatamente pensei que esta era mais uma forma de preconceito contra os Muçulmanos e que essa afirmação era baseada na presunção de que, uma vez que a Caaba era situada num sítio raso (abaixo do nível do mar), e no centro da cidade de Meca, que as águas residuais da cidade que são coletadas pelos ralos, caíssem no poço. Felizmente, essas notícias chegaram aos ouvidos do Rei Faisal, que ficou muito zangado e decidiu refutar a afirmação provocativa do doutor egípcio.
Ele imediatamente ordenou que o Ministério da Agricultura e Recursos Hídricos investigasse e enviasse amostras da água de Zamzam para laboratórios europeus, para testar a potabilidade da água. O Ministro então instruiu à Estação de Energia e Dessanilização de Jeddah que cumprisse essa tarefa. Foi aí, que eu que era empregado como engenheiro de dessalinização (engenheiro químico), para produzir água potável a partir da água do mar, fui escolhido para cumprir essa tarefa.
Nesse estágio, eu me lembro que eu não tinha a menor idéia de como o poço dessa água poderia parecer. Fui para Meca e me reportei às autoridades da Caaba explicando o propósito da minha visita. Eles designaram um homem para ajudar-me no que fosse necessário. Quando alcançamos o poço, foi difícil para mim acreditar que uma poça de água, mais para um pequeno tanque, de uns 6m X 4m era o poço que supria milhões de litros todo ano para os Hajjis (peregrinos) desde o início da sua existência no tempo de Abraão (S.L.A.S.), há muitos e muitos séculos passados.
Comecei minhas investigações e tirei as dimensões do poço. Pedi ao homem que me mostrasse a profundidade do poço. Primeiro ele tomou um banho e desceu na água. Então ele esticou seu corpo e notei que o nível da água chegava bem acima do seu ombro. Sua altura era de uns 1.75cm. Então ele começou a movimentar-se em pé no poço de um canto para o outro mas a ele não era permitido mergulhar sua cabeça na água em busca de qualquer entrada ou cano dentro do poço para descobrir de onde a água vinha. Mesmo assim, o homem informou que ele não podia encontrar nenhuma entrada ou encanamento dentro do poço. Eu tive uma outra idéia. A água poderia ser retirada rapidamente com ajuda de uma bomba de transferência, que seria instalada no poço para os tanques de armazenagem da água de Zamzam. Dessa forma o nível da água baixaria e nos permitiria encontrar o ponto de entrada da água. Surpreendentemente nada foi observado durante o período de bombeamento, mas eu sabia que esse seria o único método para encontrar a entrada da água para o poço. Então resolvi repetir o método. Mas desta vez instruí ao homem que ficasse parado em lugar no poço e observasse qualquer coisa anormal dentro do poço.
Depois de algum tempo, de repente, ele levantou as mãos e gritou, “Alhamdulillah! Encontrei! A areia está dançando sob os meus pés enquanto a água escorre para fora do leito do poço”. Então ele se moveu em torno do poço durante o período de bombeamento e notou que ocorria o mesmo fenômeno em toda parte do poço. Na verdade, o fluxo de água para o poço através do fundo era igual em todos os pontos, assim mantendo o nível da água estável.
Após terminar minhas observações, eu tirei algumas amostras de água para os laboratórios Europeus testarem. Antes de sair da Caaba, perguntei às autoridades sobre outros poços em Meca. Disseram-me que a maioria estava seco. Quando cheguei ao meu escritório em Jeddah, relatei meus achados ao meu chefe que ouviu com grande interesse, porém fez um comentário muito irracional que o poço de Zamzam poderia ser internamente ligado ao Mar Vermelho.Como seria possível quando Meca está a 75 km de distância do mar e os poços localizados antes da cidade normalmente permanecerem secos?
Os resultados das amostras de água testadas pelos laboratórios Europeus e das que analisamos em nosso próprio laboratório foram quase idênticos. A diferença entre a água de Zamzam e as outras águas da cidade eram nas quantidades de cálcio e sais de magnésio.O conteúdo deles era ligeiramente mais alto na água de Zamzam. Essa pode ser a razão do porque essa água refresca os Hajjis (peregrinos) cansados, porém, mais significativamente, essa água contém fluorídios que tem uma ação germicida efetiva. E mais ainda, as observações dos laboratórios europeus mostraram que a água era apropriada para consumo Assim sendo, a declaração feita pelo doutor egípcio se provou falsa.
Quando isso foi relatado ao Rei Faisal, ele ficou extremamente satisfeito e ordenou a refutação da declaração na imprensa européia. De certo modo, foi uma bênção que esse estudo tenha sido realizado para mostrar a composição da água. De fato, quanto mais se explora mais as maravilhas afloram, e você acaba se descobre crendo implicitamente nos milagres destas águas que Allah outorgou como um presente aos fiéis vindos de longe para as terras do deserto para a peregrinação.
Deixe-me sumarizar os aspectos da água de Zamzam. Esse poço nunca secou. Ao contrário, ele sempre atendeu a demanda de água. Essa sempre manteve a mesma composição e sabor desde o começo da sua existência. A sua potabilidade tem sido universalmente reconhecida por peregrinos de todo o mundo que vêm visitar a Caaba todo ano no Hajj e na Umrah, e nunca reclamaram dela. Ao contrário, eles sempre aproveitaram da água para se refrescar. A água tem sabor diferente em cada lugar. A água de Zamzam tem um apelo universal. Essa água nunca foi quimicamente tratada ou clorada, como é o caso das águas bombeadas para as cidades. Desenvolvimento biológico e vegetação normalmente acontecem na maioria dos poços. Isso faz com que a água fique com sabor indesejável, devido ao crescimento de algas que causam sabor e problemas de odor. Mas no caso do poço de água de Zamzam, não há nenhum sinal de crescimento biológico.
Há séculos atrás Hagar (que Allah se compraza dela) procurou desesperadamente por água nas elevações de Safa e Maruah, para dar ao seu filho recém-nascido Ismael (S.L.A.S.). Quando ela corria de um lugar para outro em busca de água, sua criança esfregou seus pés na areia. Uma poça de água aflorou, pela graça de Allah, e ficou sendo chamada de Água de Zamzam. Por favor passe isso adiante para que todos saibam os fatos das maravilhas de Zamzam, e que Allah lhes dê recompensas nesse mundo e excelente recompensa no além. “Porque Allah ama aqueles que fazem o bem” (Al Imram 148).
Por Safir Azam.
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