No Islam não existe qualquer diferença entre homens e mulheres, uma vez que as relações entre eles foram estabelecidas por Deus, que prometeu a mesma recompensa pela prática do bem e a mesma punição pela prática do mal.
O Alcorão, ao dirigir-se aos crentes, muitas vezes usa a expressão “os fiéis e as fiéis” para salientar a igualdade entre homens e mulheres, no que se refere aos seus respectivos deveres, direitos e méritos.
Diz o Alcorão:
”Quanto aos muçulmanos e às muçulmanas, aos fiéis e às fiéis, aos consagrados e às consagradas, aos verazes e às verazes, aos perseverantes e às perseverantes, aos humildes e às humildes, aos caritativos e às caritativas, aos jejuadores e às jejuadoras, aos recatados e às recatadas, aos que se recordam muito de Deus e às que se recordam d’Ele, saibam que Deus lhes tem destinado a indulgência e uma magnífica recompensa.” (Alcorão Sagrado 33:35)
Estes versículos contradizem claramente a afirmação do cristianismo, de que as mulheres não possuem alma e que serão seres sem sexo na próxima vida. O Alcorão diz que as mulheres têm alma, da mesma forma que os homens, e que entrarão no Paraíso, desde que pratiquem o bem:
”Entrai, jubilosos, no Paraíso, juntamente com as vossas esposas!” (Alcorão Sagrado 43:70)
”A quem praticar o bem, seja homem ou mulher, e for fiel, concederemos uma vida agradável e premiaremos com uma recompensa, de acordo com a melhor de suas ações.” (Alcorão Sagrado 16:97)
O Alcorão adverte aos homens que oprimem ou maltratam as mulheres:
”Ó fiéis, não vos é permitido herdar as mulheres, contra a vontade delas, nem as atormentar, com o fim de vos apoderardes de uma parte daquilo com as tenhais dotado, a menos que elas tenham cometido comprovada obscenidade. E harmonizai-vos com elas,pois, se as menosprezardes, podereis estar depreciando seres que Deus dotou de muitas virtudes.” (Alcorão Sagrado 4:19)
Considerando o fato de que, antes do advento do Islam, os árabes pagãos costumavam enterrar suas filhas ainda vivas, faziam as mulheres dançarem nuas nas vizinhanças da Kaaba durante seus festivais anuais e tratavam as mulheres como objeto de prazer sexual, sem qualquer direito ou posição, estes ensinamentos do Alcorão foram revolucionários.
Diferentemente de outras religiões, que olhavam as mulheres como seres possuidores do pecado e da maldade, e os homens com os detentores de todas as virtudes e nobreza, o Islam olha para homens e mulheres como seres da mesma essência, criados de uma única alma. O Alcorão declara:
”Ó humanos, temei a vosso Senhor, que vos criou de um só ser, do qual criou a sua companheira e, de ambos, fez descender inumeráveis homens e mulheres. Temei a Deus, em nome do Qual exigis os vossos direitos mútuos e reverenciai os laços de parentesco, porque Deus é vosso Observador.” (Alcorão Sagrado 4:1)
Disse o Profeta do Islam:
”As mulheres são as almas gêmeas dos homens”.
O Alcorão salienta a unidade de homens e mulheres:
”Elas são vossas vestimentas e vós o sois delas.” (Alcorão Sagrado 2:187)
Da mesma forma que as roupas escondem nossa nudez, assim são marido e esposa, que estabelecem a relação do casamento, assegurando a castidade de ambos. A roupa dá conforto ao corpo; também o marido deve procurar conforto na companhia de sua esposa e ela na dele. “A roupa é a graça, a beleza, o adorno do corpo, assim também são as esposas para seus maridos e seus maridos para elas.”
O Islam não considera a mulher “um instrumento do Diabo”, e sim muhsana, como o Alcorão a chama – uma fortaleza contra Satanás, porque uma boa mulher, ao se casar com um homem, ajuda-o a mantê-lo, nesta vida, no caminho da retidão. Por esta razão, é que o casamento foi considerado pelo Profeta Muhammad (que a Paz e Bênção de Deus estejam sobre ele) como o ato mais virtuoso.
Ele disse:
“Quando um homem se casa, ele cumpriu com a metade de sua religião.”
Ele ordenou o casamento dos muçulmanos, dizendo:
“O casamento é parte do meu caminho e aquele que se afasta do meu caminho não é dos meus (isto é, não é meu seguidor).”
O Alcorão mostrou o objetivo do casamento com as seguintes palavras:
”E entre os Seus sinais está este, o de que Ele criou para vós companheiras, como as quais habitareis na tranqüilidade; e Ele colocou amor e misericórdia entre vós. Na verdade, estes são sinais para aqueles que meditam.” (Alcorão Sagrado 30:21)
O Profeta Muhammad (que a Paz e Bênção de Deus estejam sobre ele) era todo elogios para as mulheres castas e virtuosas. Ele disse: O mundo, e todas as coisas nele, são preciosas, mas a mais preciosa de todas no mundo é uma mulher virtuosa.;
Certa vez ele disse ao futuro califa Umar:
“Já lhe falei sobre o melhor tesouro que um homem pode ter? É uma esposa virtuosa, que o agrade sempre que ele olhar para ela e que se guarde em sua ausência.”
Em outra ocasião, o Profeta disse:
“O melhor bem que um homem pode ter é uma língua que se recorda (de Allah), um coração agradecido e uma esposa fiel, que o ajuda em sua fé.”
E disse também:
“O mundo, e tudo que há nele, é uma comodidade, e a melhor do mundo é uma esposa virtuosa.”
Antes do advento do Islam, freqüentemente as mulheres eram tratadas pior do que animais. O Profeta quis por um fim a todas as crueldades contra elas. Ele pregava a gentileza para com elas. Ele disse aos muçulmanos:
“O melhor de vós é aquele que se comporta melhor com a esposa.”
E, também:
“Um muçulmano não deve odiar a esposa e se ele não gostar de alguma qualidade ruim nela, então que goste de alguma coisa que seja boa.”
E:
“Quanto mais gentil um muçulmano for para sua esposa, mais perfeito na fé ele será.”
O Profeta (que a Paz e Bênção de Deus estejam sobre ele) foi muito enfático ao ordenar que os muçulmanos fossem gentis com suas mulheres, quando fez seu famoso sermão da despedida, em Arafat, na presença de 124 de seus Companheiros, que estavam reunidos para a Peregrinação do Adeus (hajj al-Wada).
Ele ordenou aos que estavam presentes, e às gerações futuras, que fossem respeitosos e gentis com as mulheres.’Ele disse:
“Temei Deus, no que se refere às mulheres. Na verdade, elas lhes foram confiadas por Deus e tornaram seus corpos lícitos pela palavra de Deus. Vós tendes direitos sobre elas, e elas têm direitos sobre vós, no que se refere à alimentação e à vestimenta, de acordo com vossos meios.”
No Islam, a mulher é uma personalidade independente. Ela pode assinar qualquer contrato ou legar em seu próprio nome. Ela tem direito na herança, como mãe, esposa, irmã e filha. Ela é livre para escolher o marido.
A sociedade pagã da Arábia pré-islâmica tinha um preconceito absurdo contra as meninas, a quem costumavam enterrar vivas. O Mensageiro de Deus (que a Paz e Bênção de Deus estejam sobre ele) opôs-se inteiramente a esta prática.
Ele mostrou que sustentar aquelas meninas serviria como um anteparo contra o fogo do inferno; Aisha, a esposa do Profeta narrou que uma mulher entrou em sua casa com duas de suas filhas. Ela queria uma caridade mas Aisha não encontrou nada para dar, a não ser uma tâmara, que lhe foi dada. A mulher dividiu a tâmara entre as duas filhas e não pegou nada para si. Então, ela se levantou e partiu. Quando o Profeta (que a Paz e Bênção de Deus estejam sobre ele) chegou em casa, Aisha lhe contou o que tinha acontecido e ele disse que quando a mulher fosse chamada para prestar contas (no Dia do Juízo) sobre suas duas filhas, elas seriam sua proteção contra o fogo do inferno.
A maior calamidade para uma mulher é quando seu marido morre e, como viúva, a responsabilidade da manutenção das crianças recai sobre ela. No mundo oriental, onde uma mulher geralmente não trabalha fora para ganhar seu sustento, os problemas da viuvez são indescritíveis.
O Profeta Muhammad (que a Paz e Bênção de Deus estejam sobre ele) defendeu a causa das viúvas. Muitas de suas esposas eram viúvas. Numa idade em que as viúvas dificilmente se casam de novo, o Profeta estimulava seus seguidores a se casarem com elas. Ele estava sempre pronto a ajudar as viúvas e exortava seus seguidores a fazerem o mesmo. Abu Hurairah relatou que o Profeta disse:
“Aquele que se esforça por ajudar uma viúva ou um pobre é como um mujahid (guerreiro) no caminho de Deus, ou como aquele que se põe em preces durante a noite e jejua de dia.”
A mulher, no papel de mãe, usufrui de grande respeito no Islam. O Alcorão fala dos direitos da mãe em diversos versículos. Ordena aos muçulmanos a mostrarem respeito por suas mães e a servir-lhes bem, ainda que elas não sejam fiéis.
O Profeta afirma enfaticamente que os direitos da mãe são supremos. Abu Hurairah relatou que um homem chegou ao Mensageiro de Deus (que a Paz e Bênção de Deus estejam sobre ele) e perguntou:
“Ó Mensageiro de Deus, quem é que tem mais direito sobre mim em relação à bondade e atenção?”
Ele respondeu: “Sua mãe”.
“E depois?”, perguntei.
E ele disse. “Sua mãe.”
“E depois?” perguntei novamente.
Ele respondeu: “Sua mãe”
“E depois?” perguntei.
“Seu pai”, ele disse.
Em outra tradição, o Profeta aconselhou a um fiel a não ir para a guerra contra os coraixitas na defesa do Islam, para ficar cuidando de sua mãe, dizendo que sua obrigação para com ela seria a causa de sua salvação.
Muawiah, o filho de Jahimah, relatou que Jahimah chegou ao Profeta (que a Paz e Bênção de Deus estejam sobre ele) e disse:
“Mensageiro de Deus! Quero me juntar aos outros para lutar (no caminho de Deus) e vim procurar um conselho seu.” Ele disse: “Então, fique com sua mãe, porque o Paraíso está sob os pés dela.”
Os seguidores do Profeta aceitavam seus ensinamentos e realizaram uma revolução em seus comportamento social no que tange à mulher. Não mais consideraram a mulher como simples objeto e sim como parte integrante da sociedade.
Pela primeira vez as mulheres tiveram o direito a uma parte na herança. No novo clima social, elas se redescobriram e tornaram-se membros ativos da sociedade, prestando sua colaboração útil durante as guerras com os árabes pagãos nos primórdios do Islam.
Elas levavam suprimentos para os soldados, alimentava-os e até lutavam ao lado deles quando necessário. Tornou-se comum ver as mulheres ajudando seus maridos nos campos, como comerciantes ou saindo de suas casas para satisfazer suas necessidades. Aisha relatou que Saudah bint Zam’ah saiu uma noite. Umar a viu e reconhecendo-a disse: “Por Deus, ó Saudah, porque você não se oculta de nós?” Ela foi procurar o Profeta (que a Paz e Bênção de Deus estejam sobre ele) e lhe contou o sucedido, enquanto ele ceiava na sala. Ele lhe disse: “Deus permite que você saia para as suas necessidades.”
A idéia predominante nos ensinamentos do Islam em relação a homens e mulheres é que o marido e a esposa devem ser parceiros na transformação do lar em um lugar próspero e feliz, que eles devem ser leais e fiéis um com o outro e verdadeiramente interessados no bem-estar um do outro e das crianças.
Espera-se que a mulher exercite uma influência humanizadora sobre o marido e que abrande a rigidez, inerente à sua natureza. Um homem é obrigado a educar a mulher com cuidado, para que ela cultive as qualidades em que, por sua própria natureza, ela se sobressai. Estes aspectos são muito salientados pelo Profeta (que a Paz e Bênção de Deus estejam sobre ele).
Ele exortou os homens a se casarem com as mulheres com o sentimento da piedade e as mulheres a serem fiéis a seus maridos e gentis com seus filhos. Ele disse:
“Entre os meus seguidores, os melhores são aqueles que são os melhores para suas esposas, e as melhores são aquelas que são as melhores para seus maridos. Para cada uma dessas mulheres está reservada uma recompensa equivalente à de mil mártires. Entre os meus seguidores, repito, as melhores mulheres são aquelas que ajudam seus maridos no trabalho e os amam ternamente por tudo, desde que de acordo com as leis de Deus.”
Certa vez, Muawiah perguntou ao Profeta (que a Paz e Bênção de Deus estejam sobre ele): “Quais são os direitos que a mulher tem sobre o marido?” E o Profeta respondeu:
“Alimente-a quando você estiver se alimentando, dê-lhe roupas para vestir quando você se vestir, não bata nela e nem a ofenda, e não se separe de sua esposa, exceto dentro de casa.”
Uma vez uma mulher chegou ao Profeta com uma queixa contra o marido. Ele disse a ela:
”Não existe mulher que tire algo para recolocar em seu lugar adequado, com a idéia de arrumar a casa de seu marido, mas sim porque Deus estabeleceu como uma virtude para ela, nem existe um homem que ande de mãos dadas com sua esposa, senão porque Deus estabeleceu como uma virtude para ele; e se ele põe seu braço em volta de seus ombros, com amor, sua virtude aumenta dez vezes.”
Uma vez ele ouviu elogiarem as mulheres da tribo coraixita “… porque elas são as mais amáveis com seus filhos enquanto são crianças e porque vigiam os pertences de seus maridos.
A Chari’ah olha a mulher como igual, espiritual e intelectualmente, ao homem. A principal distinção que existe entre eles é no domínio físico, baseado no princípio eqüitativo da justa divisão de trabalho. Aos homens cabe o trabalho mais árduo e que o faz responsável pela manutenção da família.
As tarefas de cuidar da casa, educar os filhos, cabe à mulher, trabalho que assume importância maior quando se trata de construir uma sociedade próspera e saudável. No entanto, é um fato que a administração digna no campo doméstico é impossível sem uma política unificada.
Por esta razão, a Chari’ah determina que o homem, como chefe da família, consulte sua família e então tenha a palavra final nas decisões concernentes. Agindo assim, ele não deve abusar de sua prerrogativa para provocar qualquer dano a sua esposa.
Qualquer transgressão deste princípio, acarreta para ele o risco de perder as bênçãos de Deus, porque sua esposa não é sua subordinada e sim, para usar as palavras do Profeta, “a rainha da casa”, e esta é a posição que se espera que um fiel verdadeiro dê a sua esposa. Em contraste com esses ensinamentos esclarecedores do Islam, com relação à mulher, a emancipação ou libertação das mulheres no ocidente é, na verdade, uma forma disfarçada de exploração do corpo dela, privação de sua honra e degradação de sua alma.
Por: Prof. Abdur Rahman I. Doi