SŪRATU AR-RUM[1515]
(A SURA DOS ROMANOS)
De Makkah - 60 versículos.
PT: SŪRATU AR-RUM[1515]
(A SURA DOS ROMANOS)
De Makkah - 60 versículos.
(1) Ar-rum: plural de rumi, romano. Esta palavra aparece no versículo 2 e vai denominar a sura, cujos primeiros versículos foram revelados, por ocasião da vitória persa sobre os romanos do Oriente. Depois de conquistarem os territórios da Península Arábica, os persas tomaram Antioquia, a maior cidade do leste sírio, em 614 d.C., e, a seguir, Damasco; sediaram Jerusalém, até dela se apoderarem e a incendiaram, pilhando e imolando seus habitantes, além de se apropriarem do Santo Lenho e de o levarem para a Pérsia, depois de arrasarem a Igreja de Jerusalém. Os pagãos de Makkah, jubilosos com a derrota cristã, prometiam derrotar os moslimes, povo do Livro divino, o Alcorão, assim como os persas derrotaram os romanos, povo do Livro divino, o Evangelho. Mas a revelação desses versículos preconizava a derrota dos pagãos persas pelos cristãos bizantinos, para breve, o que, efetivamente, ocorreu, pois Heráclito não perdeu a esperança da vitória e preparou-se para uma batalha que apagasse a vergonha dessa derrota. No ano 622 d.C. (que coincide com o 1° ano moslim da Hégira), os romanos combateram os persas, em território armênio, e venceram a batalha, reconquistando, então, suas terras, tal como a profecia do Alcorão pregara. Os versículos seguintes convocam todos à reflexão sobre a criação de Deus, bem como os convocam a percorrerem a terra, para que se inteirem do triste fim dos que negaram os mensageiros divinos, e expoem-lhes a condição da humanidade do Dia da Ressurreição. Ainda, fazem atentar para a unicidade de Deus, por meio de várias provas, tais como a alternância do dia e da noite, a criação do Homem a partir do pó, a diversidade das línguas e das cores, além de outros fenômenos universais. Reiteram a falsidade do paganismo. Orientam os crentes, proibindo-lhes a usura e exortando-os à benevolência para com os parentes.
PT: 21. E, dentre Seus sinais, está que Ele criou para vós, mulheres, de vós mesmos, para vos tranquilizardes junto delas, e fez entre vós afeição e misericórdia. Por certo, há nisso sinais para um povo que reflete.
PT: 22. E, dentre Seus sinais, está a criação dos céus e da terra, e a variedade de vossas línguas e de vossas cores. Por certo, há nisso sinais para os sabedores.
PT: 24. E, dentre Seus sinais, está o fazer-vos ver o relâmpago, com temor do raio e aspiração da chuva, e o fazer descer do céu água; então, com ela, vivifica a terra, depois de morta. Por certo, há nisso sinais para um povo que razoa.
PT: 25. E, dentre Seus sinais, está que o céu e a terra se mantêm firmes, por Sua ordem. Em seguida, quando Ele vos convocar, com uma convocação, da terra, ei-vos que dela saireis.
PT: 27. E Ele é Quem inicia a criação; em seguida, repete-a; e isto Lhe é mais fácil. E dEle é a transcendência absoluta, nos céus e na terra. E Ele é O Todo-Poderoso, O Sábio.
PT: 28. Ele propõe para vós um exemplo tirado de vós mesmos. Tendes, dentre os escravos que possuís, parceiros naquilo que Nós vos damos por sustento, e, nisso, sois iguais, temendo-os como vós vos temeis reciprocamente?[1523] Assim, aclaramos os sinais a um povo que razoa.
(1) Se o escravo não é sócio de seu patrão, nos bens, como então fazer as criaturas sócias ou - parceiras de Deus?
PT: 29. Mas os que são injustos seguem suas paixões, sem ciência alguma. Então, quem guiará aqueles a quem Allah descaminha? E eles não terão socorredores.
PT: 30. Então, ergue tua face para a religião, sendo monoteísta sincero. Assim é a natureza feita por Allah[1524] - segundo a qual Ele criou os homens[1525]. Não há alteração na criação de Allah. - Essa é a religião reta, mas a maioria dos homens não sabe.
(1) Assim é a natureza de Allah: o homem deve seguir sua verdadeira índole, tal como Deus a fez. (2) Os homens: os idólatras de Makkah.
PT: 33. E, quando um infortúnio toca os homens, invocam a seu Senhor, voltando-se contritos para Ele; em seguida, quando Ele os faz experimentar misericórdia vinda dEle, eis um grupo deles que associa ídolos a seu Senhor,
PT: 36. E, quando fazemos experientar aos homens misericórdia, jubilam com ela, e, se os alcança algo de mal, pelo que suas mãos anteciparam, ei-los que se desesperam.
PT: 38. Então, concede ao parente o que lhe é de direito[1526], e ao necessitado, e ao filho do caminho[1527]. Isso é melhor para os que querem a face de Allah[1528]. E esses são os bem aventurados.
(1) Cf. XVII 26 n3. (2) Cf II 177 n1. (3) Ou seja, os que desejam a graça de Deus.
PT: 39. E o que concedeis, de usura, para acrescentá-lo com as riquezas dos homens, não se acrescentará, junto de Allah. E o que concedeis, de az-zakah[1529], querendo a face de Allah, ser-vos-á multiplicado. Então, esses serão os recompensados em dobro.
PT: 40. Allah é Quem vos criou; e deu-vos sustento; em seguida, dar- vos-á a morte; depois, dar-vos-á a vida. Há, de vossos ídolos, quem faça algo disso? Glorificado e Sublimado seja Ele, acima do que idolatram!